Catarata

Catarata é a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, que não necessariamente afete a visão. É a maior causa de cegueira tratável nos países em desenvolvimento.

Podemos classificar as cataratas em: congênitas, de aparecimento precoce ou tardia, e adquirida, onde incluímos todas as demais formas de catarata, inclusive a relacionada à idade. De acordo com sua localização, poderá ser nuclear, cortical ou subcapsular e de acordo com o grau de opacidade, poderá receber a denominação de incipiente, madura ou hipermadura, ou ser classificada em graduação de I-IV de acordo com sua opalescência e coloração.



Quais os fatores de risco para catarata?

As causas não estão bem definidas, porem estudos epidemiológicos revela associação de catarata à idade. Assim, estima-se que 10% da população norte-americana têm catarata e que esta prevalência aumenta em 50% no grupo etário de 65 a 74 anos, enquanto em pessoas acima de 75 anos, a incidência aumenta para 75%.

Inúmeros fatores de risco podem provocar ou acelerar o aparecimento da catarata:

Medicamentos (corticosteróide)

Substanciam tóxicas (nicotina)

Doenças metabólicas (diabetes, galactosemias, hipocalcemia ,hipertiroidismo,doenças renais)

Trauma

Radiações (UV, raios-X, e outras)

Doença ocular (alta miopia, uveite,pseudoesfolição)

Cirurgia intra-ocular previa (fistulaantiglaucomatosa,vitrectomia posterior)

Infecção durante a gravidez (toxoplasmose, rubéola)

Fatores nutricionais


Como se faz o diagnostico de catarata?

Devemos associar a queixa subjetiva do paciente aos sinais objetivos do exame oftalmológico. As queixas mais freqüentes são:

Diminuição da acuidade visual 

Sensação de visão "nublada ou enevoada"

Sensibilidade maior a luz

Alteração da visão de cores

Mudança freqüente na refração

Visão dupla

Os sinais objetivos encontrados no exame oftalmológico de rotina são: perda da acuidade visual, mensurada geralmente pela Tabela de Snellen e alteração da transparência do cristalino na biomicroscopia do segmento anterior em midríase, em exame realizado em lâmpada de fenda.



Quais são as indicações para cirurgia?

1- Melhora visual

É a indicação mais comum, principalmente a visão para longe. A cirurgia é indicada apenas se, e quando, a catarata se desenvolve a um grau suficiente que dificulte a realização de atividades diárias essenciais. Se o paciente deseja dirigir ou continuar exercendo uma determinada profissão, a função visual abaixo dos níveis legalmente prescritos pode necessitar a cirurgia de catarata.

2- Indicações médicas

São aquelas em que a catarata esta afetando adversamente a saúde ocular, por exemplo, o glaucoma facolitico ou o glaucoma facomorfico.A cirurgia de catarata para melhorar a transparência dos meios oculares também pode ser necessária no contexto de patologias do fundo de olho(p. ex.,retinopatia diabética)que requer o monitoramento ou tratamento com fotocoagulaçção a laser.

3- Indicações estéticas

Quando uma catarata madura é removida de um olho que já está cego somente para restaurar a pupila negra.

4- Indicação refrativa

É uma indicação controversa, devido ao risco beneficio. A cirurgia é realizada para mudar a ametropia do paciente, geralmente para graus elevados ou pacientes que já apresentam presbiopia e queiram implantar uma lente multifocal.

Quais são os exames complementares antes da cirurgia?

Ao indicar a terapêutica cirúrgica, eles são essenciais no planejamento cirúrgico e pesquisa de doenças associadas, bem como a técnica a ser empregada e o seu momento adequado.

Biomicroscopia do segmento anterior - Exame fundamental para detectar a presença, localização, extensão das opacidades cristalinianas, bem com detectar possíveis fragilidades de zonular e/ou ectopias ou luxação do cristalino, sinais de infamação intra-ocular a e avalias a higidez da córnea, íris, e ângulo da câmara anterior.

Tonometria de aplanação - Exame ideal para medir a pressão intra-ocular. Se ela estiver alterada, outros exames deverão se solicitados, a fim de se esclarecer se existe ou não um glaucoma associado.

Biometria - Cujo objetivo principal é a mediada do comprimento axial do globo ocular, imprescindível para o calculo do valor dioptrico da lente intra-ocular. Poderá ser realizado pelo método do ultra-som, de contato ou imersão, e pela interferometria laser.

Mapeamento de retina ou oftalmoscopia indireta - Indicada para avaliar o complexo vitreoretiniano, a fim de detectar possíveis doenças e/ou fatores de risco que possam comprometer o resultado terapêutico. É realizado sempre que os meios transparentes do globo ocular o permitam.

Topografia corneana - Método mais acurado do que a tradicional ceratometria,para determinar o valor da curvatura da córnea(K) e importante para o calculo da lente intra-ocular.A topografia é recomendável em situações especiais, como nos casos de pacientes já previamente submetidos a cirurgia refrativa corneanas, bem como será útil para o controle do astigmatismo no pós -operatório, principalmente nos casos de cirurgias combinadas de catarata e transplante de córnea , catarata e astigmatismo cirurgias extracapsulares.Muito útil também para determinar o local da incisão.

Ecografia B ou ultra-sonografia do globo ocular - Obrigatório quando há opacificação total dos meios transparentes do globo ocular com o objetivo de avaliar o segmento posterior, ou seja, cavidade vítrea, retina, coróide e nervo óptico. Sua indicação é justificável nos olhos com comprimento axial estremo olhos pequenos ou altos hipermetropes e olhos grandes ou alto míopes.

Microscopia especular - Avalia o endotélio corneano,de cuja capacidade funcional depende a transparência da córnea.Ideal e fundamental no pré-operatório,pois define a técnica e a estratégia cirúrgica a serem empregadas.Também é utilizada no acompanhamento pós-operatório de cirurgia tríplice(catarata,implante LIO e transplante).

Teste de sensibilidade ao contraste - Útil em olhos com catarata incipiente, porem, sintomática. Situações em que a visão medida na Tabela de Snellen se mostra normal ou próxima do normal, porem o paciente apresenta queixa de alteração no desempenho visual quando varia a iluminação no dia-a dia ou em determinadas profissões.

PAM - Para avaliar o potencial de visão macular, mesmo através de meios opacos. Quais os tipos de lentes intra-oculares. Uma lente intra-ocular (LIO) consiste da zona óptica (o elemento central refrativo0 e as alças, que se acomodam com estruturas oculares, dessa forma, gerando uma posição correta e estável. A cirurgia moderna de catarata, com a preservação do saco capsular, consegue posicionar uma LIO no local ideal (in the bag).Uma cirurgia complicada,com ruptura de cápsula posterior, pode, entretanto, necessitar de posicionamento alternativo da LIO,na câmara anterior,com alças no o angula da câmara ou presos a íris ou na câmara posterior, com alças no sulco ciliar, poder ser amarrada a esclera(fixação escleral).Os modelos são diversos e continuam evoluindo.As lentes podem ser rígidas(polimetilmetacrilato) ou flexíveis(silicone,acrílico,hidrogel etc).Uma LIO rígida requer uma incisão maior do que o diâmetro da zona óptica,geralmente 5 a 7 mm, para inserção.Uma LIO flexível, entretanto pode ser dobrada e inserida através de uma incisão muito menos.As zonas ópticas podem tem diferentes tamanhos e formas.As LIOs convencionais são monofocais, mas existem as lentes multifocais, que permitem a visão em diferentes distancias.

Quais o tipo de anestesia?

A anestesia local é a forma mais usada de anestesia para cirurgia de catarata. A anestesia tópica ideal para facoemulsificação através de incisão autoselante corneana,por se tratar de técnica cirúrgica mais rápida,atraumatica e com melhor posicionamento do globo ocular.A efetividade e a praticidade da anestesia tópica já estão comprovadas,mas a seleção dos pacientes deve se cuidadosa e a sedação ou anestesia suplementar podem ser necessárias.

Quais os tipos de cirurgias de catarata?

Técnica de facoemulsificação

É o método preferencial de extração da catarata na ultima década. Uma agulha de orifício pequeno, normalmente de titânio, acoplada a uma caneta contendo um cristal piezoelétrico, vibra longitudinalmente em freqüências ultra-sônicas. A ponteira é aplicada sobre o núcleo do cristalino; a cavitação ocorre na ponteira, conforme o núcleo é emulsificado;um sistema de irrigação/aspiração remove o material emulsificado do olho.A LIO é então inserida(se dobrada) ou injetada através de uma incisão muito menor do que na (EECC).A menor incisão faz com que a cirurgia seja mais segura,já que a descompressão do olho é evitada.O procedimento está associado a pouco astigmatismo pós-operatório, recuperação e

estabilização da refração precoce.



Este tipo de cirurgia tem sucesso de 95% em pacientes com olhos saudáveis. Mas nenhuma cirurgia é livre de risco. Embora complicações graves não são comuns, quando elas ocorrem podem levar a perda de algum grau de visão.

Se você tem catarata nos 2 olhos, o melhor é esperar a recuperação do primeiro olho para poder opera o segundo. Se você tem apenas um olho com boa visão, deve pesar os riscos e benefícios da cirurgia.

Você poderá ter a decisão correta se for bem orientado sobre os prós e contras de se fazer a cirurgia. Peça para seu medico explicar tudo que você não entendeu. Não pode haver nenhuma duvida quando se trata de cuidado medico.